Essa história começou a ser contada no Facebook e ganhou proporções midiáticas enormes. Novamente, uma troca intensa entre mídias sociais e grande mídia, onde uma repercute a outra e todos se envolvem no caso.
Em poucos dias – no máximo três – fotos atribuídas a um trote polêmico no curso de Direito da UFMG saíram de um perfil do Facebook para ganhar a imprensa local e nacional após repercussão massiva na rede. O público e a mídia pressionaram a UFMG, que foi obrigada a se posicionar oficialmente e prometer investigações.
Sociabilidade e investigação online
Aprendi na faculdade que “sociabilidade”, em resumo, se dá na capacidade dos indivíduos se relacionarem e se organizarem sem a mediação de terceiros (instituições). O buzz no Facebook em torno desse trote é uma demonstração, pois os usuários se mobilizaram, independente da imprensa, ONG, etc, para denunciar o caso às autoridades, com compartilhamentos e eventos.
Esse tipo de fenômeno é um prato cheio para jornalistas online descobrirem histórias. Mas com todo o cuidado. A pressa em noticiar algo que está causando alvoroço nas mídias sociais pode custar caro, pois muito do que vemos nesse ambiente não passa de boatos e outras mentiras.
No caso do trote na UFMG, além das fotos, alguns internautas disponibilizaram diversas informações sobre as pessoas que apareciam nas fotos, incluindo links para o perfil e indícios de ligações com grupos neo-nazistas.
Com um pouco de curiosidade e habilidade, é possível ir muito além do conteúdo compartilhado superficialmente. O jornalista encarregado pela cobertura do caso pode desvendar, com a ajuda do mouse, se estamos diante de um crescente movimento facista em Belo Horizonte, ou, em outros casos, se o fato não passa de uma grande mentira (hoax).
O namoro entre imprensa e social online já começou. E nessa relação, a credibilidade é o diferencial que sustenta o jornalista digital.
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Foto: Wikimedia Commons
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