19 de mar. de 2013
0 comentários

A relação entre redes sociais, jornalismo, sociabilidade e investigação online


Jornalismo onlineQuando publiquei o texto sobre o caso dos skatistas da Roosevelt, apontando a convergência entre redes sociais e grande mídia, refleti sobre a influência mútua entre esses meios. Bem, nesta semana, um caso semelhante chamou a atenção: a denúncia de trote racista no curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Essa história começou a ser contada no Facebook e ganhou proporções midiáticas enormes. Novamente, uma troca intensa entre mídias sociais e grande mídia, onde uma repercute a outra e todos se envolvem no caso.

Em poucos dias – no máximo três – fotos atribuídas a um trote polêmico no curso de Direito da UFMG saíram de um perfil do Facebook para ganhar a imprensa local e nacional após repercussão massiva na rede. O público e a mídia pressionaram a UFMG, que foi obrigada a se posicionar oficialmente e prometer investigações.

Sociabilidade e investigação online


Aprendi na faculdade que “sociabilidade”, em resumo, se dá na capacidade dos indivíduos se relacionarem e se organizarem sem a mediação de terceiros (instituições). O buzz no Facebook em torno desse trote é uma demonstração, pois os usuários se mobilizaram, independente da imprensa, ONG, etc, para denunciar o caso às autoridades, com compartilhamentos e eventos.

Esse tipo de fenômeno é um prato cheio para jornalistas online descobrirem histórias. Mas com todo o cuidado. A pressa em noticiar algo que está causando alvoroço nas mídias sociais pode custar caro, pois muito do que vemos nesse ambiente não passa de boatos e outras mentiras.

No caso do trote na UFMG, além das fotos, alguns internautas disponibilizaram diversas informações sobre as pessoas que apareciam nas fotos, incluindo links para o perfil e indícios de ligações com grupos neo-nazistas.

Com um pouco de curiosidade e habilidade, é possível ir muito além do conteúdo compartilhado superficialmente. O jornalista encarregado pela cobertura do caso pode desvendar, com a ajuda do mouse, se estamos diante de um crescente movimento facista em Belo Horizonte, ou, em outros casos, se o fato não passa de uma grande mentira (hoax).

O namoro entre imprensa e social online já começou. E nessa relação, a credibilidade é o diferencial que sustenta o jornalista digital.

Veja também:

- Mãe, tô no YouTube: uma análise da entrevista ao BBB que não foi ao ar

- O potencial das mídias sociais para o jornalismo

Foto: Wikimedia Commons


Sobre o Autor:
Guilherme Ludwig é o criador da Coluna Digital. Jornalista, encara a profissão como um estilo de vida. Seu objetivo é trabalhar com jornalismo digital focado na área de Tecnologia. Google+ - Twitter - Facebook - Site

0 comentários :

Postar um comentário

 
Toggle Footer
Top