22 de mar. de 2013
0 comentários

Mãe, tô no YouTube: uma análise da entrevista ao BBB que não foi ao ar


tv-vs-youtubeA famosa frase que fazia a alegria do pessoal que numa rara oportunidade aparece na televisão já não tem a mesma graça. O motivo é simples. Se não há espaço pra você na TV, certamente há no Youtube. E ás vezes, o alcance de um vídeo na mídia social supera (e muito) o da velha caixa de imagens que fica na sala.

Exemplo recente disso foi o vídeo postado pelo usuário Rafael Baião de Lima no YouTube. O homem fez duras críticas ao programa global Big Brother Brasil em entrevista ao repórter Vinícius Valverde. A entrevista não foi ao ar na pela emissora, mas de pouco adiantou. Pois pipocou nas mídias sociais.

Publicado em 15 de março no canal de Rafael, o vídeo foi visualizado mais de 850 mil vezes em sete dias. A réplica no canal da internauta Letícia Valente alcançou a expressiva marca de 4,2 milhões de views no mesmo período. Este canal, inclusive, está repleto de outros vídeos que “a mídia não mostra”, segundo afirmação de Letícia em um comentário.

Comentário Letícia no Youtube

Não vim debater o BBB, a Rede Globo ou a opinião do Rafael, mas analisar a situação como um todo sob o ponto de vista da comunicação digital.

Repercussão social e interesse do concorrente


É interessante observar nas estatísticas públicas do vídeo postado por Letícia que mais de 1 milhão dos acessos veio do Facebook, 500 mil em dispositivos móveis, 100 mil do Yahoo e 40 mil do UOL. Fora os outros dados restritos ao dono do canal.

Estatísticas vídeo Youtube Letícia

No arquivo postado por Rafael, dados apontam Facebook, mobile, blogs, UOL e um único representante da mídia tradicional como principais fontes de tráfego. Tenho certeza que se eu não falasse que o portal é o R7, da Record, você adivinharia sem maiores problemas. Este angariou 20 mil views.

Estatisticas vídeo Youtube Rafael

Uma análise simples desses dados demonstra a força da mídia social na prática.

Pessoas comuns disseminando uma mensagem em potencial igualdade com a grande imprensa. E a mídia, quando se pronuncia, persegue claramente seu interesse editorial, como no caso da Record que não perde a chance de alfinetar a concorrente. UOL e Yahoo são portais compostos pela mais variada gama de blogs e canais colaborativos, o que justifica seu forte papel na repercussão do fato.

Numa busca avançada no Google, não encontrei uma linha sobre o assunto na globo.com e G1. Usei o operador site: e filtro de período para 15 a 22 de março de 2013 na pesquisa.

Busca avançada Google

Cá pra nós, muito do que passa na televisão, sobretudo em veículos menos populares que a Globo, perde de longe, em termos de popularidade e alcance, para canais de “anônimos” no Youtube ou outras mídias sociais.

Em muitos casos, falar “mãe, tô na TV” não tem mais graça. Aparecer nas mídias sociais tem sido mais interessante.

Para quem gosta de observar e pensar a relação redes sociais x imprensa, indico mais esses dois textos:

- Quando mídia social, jornalismo e público se convergem

- A relação entre redes sociais, jornalismo, sociabilidade e investigação online

Sobre o Autor:
Guilherme Ludwig é o criador da Coluna Digital. Jornalista, encara a profissão como um estilo de vida. Seu objetivo é trabalhar com jornalismo digital focado na área de Tecnologia. Google+ - Twitter - Facebook - Site

0 comentários :

Postar um comentário

 
Toggle Footer
Top