A capacidade das mídias sociais em dar voz a pessoas comuns foi colocada à prova nesta semana. Postado no YouTube, o vídeo de uma ação da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo em represália à um grupo de skatistas ganhou destaque na imprensa e redes sociais. Mas nesse caso, com toque “social” um pouco mais intenso.
Imagens de violência policial não são novidade. Constantemente elas aparecem em telejornais, documentários, ao vivo e na internet. Dessa vez as coisas foram além. Com a ajuda do YouTube e Facebook, os protagonistas desse episódio deixaram de ser parte do espetáculo para se transformar em pessoas “reais”, acessíveis.
Figura de destaque no vídeo postado no YouTube, o guarda à paisana que aparece intimidando os jovens, foi identificado no Facebook. O homem retratado no vídeo ganhou um nome, e o público, a oportunidade de ficar “cara a cara” com ele. A grande força para repercussão do caso já não era da imprensa com seu recorte jornalístico, mas do público com montagens e relatos próprios, além da gravação original.
Links para o perfil do guarda, dados pessoais, celular, endereços residenciais e até mesmo outras denúncias foram publicados e replicados milhares e milhares de vezes pelos usuários na rede social. Até o grupo Anonymous entrou na parada.
Esse episódio demonstra como as mídias sociais podem se relacionar com uma notícia em seus diversos estágios, desde a produção à repercussão, com envolvimento maciço do público.
Após todo o buzz, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana de São Paulo divulgou nota informando o repúdio à atitude dos guardas e seu afastamento das atividades de rua. Quanto ao homem mais famoso nessa história toda, no mínimo, a convicção, na pele, do poder das novas tecnologias da comunicação.
Não precisamos mais recorrer apenas a exemplos como a primavera árabe. O caso dos skatistas da praça Roosevelt propiciou um prato cheio para tentarmos compreender melhor a relação jornalismo x notícia x redes sociais x público.
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