Há 18 anos um grupo mexicano conhecido como Movimento Zapatista enxergou na internet a possibilidade de combater o governo corrupto e as corporações gananciosas. No ano de 1994, um homem conhecido como Subcomandante Marcos deu início ao que se considera a primeira guerra cibernética da história.
O Anonymous tem se destacado entre os demais grupos pelo seu estilo de agir. Coincidência ou não, bem semelhante ao Zapatista. Assim como os mexicanos fizeram há quase duas décadas, os hackers utilizam os mais variados recursos multimídia disponíveis on-line para disseminar sua mensagem.
Os meios de comunicação próprios criam um canal direto de relacionamento com os seguidores, se tornando completamente independentes da mídia tradicional. Isso significa que se há um fato grave que a imprensa não noticiaria ou mesmo distorceria em prol de seus anunciantes (governo e empresas, por exemplo), o público fica sabendo por meios alternativos.
Até mesmo o Subcomandante Marcos, porta-voz do grupo, nunca teve sua identidade verdadeira revelada. Ele dizia em seus discursos que não poderia haver um rosto a frente do movimento, pois ele era de todos, não tinha regras e qualquer um poderia participar. Lembrou-se de algo? A bandeira do Anonymous é a imagem de um homem sem cabeça, representando a ausência de dirigentes... e os mesmos princípios.
É extremamente interessante como que os pioneiros do ciberativismo influenciam o principal grupo de hackers do gênero da atualidade. Existem diferenças na maneira de agir dos dois, é claro. Os Zapatistas apareceram pela primeira vez num ataque armado no qual o estado de Chiapas foi tomado, deixando vários mortos e feridos. Depois disso, o foco principal do grupo foi na comunicação, sobretudo na internet.
O Anonymous ficou famoso após derrubar a PSN, rede do console Playstation 3 da Sony, provocando milhões de dólares em prejuízo para a empresa. Além deste ataque, o grupo promoveu vários outros, em que invadem sites e roubam informações de seus “inimigos”.
Ainda assim, o foco principal dos dois grupos está na construção de uma rede alternativa de informação, onde promovem sua mensagem. Ironicamente, a repercussão popular das ações desses grupos acaba ganhando espaço na mídia tradicional, fazendo com que ela mesmo ajude a fortalecer o nome dos ativistas.
Depois de tudo, uma coisa é certa: o ciberativismo representa o esforço on-line das pessoas para ver o resultado de sua luta fazer a diferença principalmente no “mundo real”.
Saiba mais sobre o Movimento Zapatista numa série de postagens que publiquei no Blog dos Jornalistas!
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